Nós celebramos primeiramente, no dia 12 de outubro, o dia de nossa mãe, Nossa Senhora Aparecida, que completa 304 anos de sua aparição neste ano. Nesta data tão especial, comemoramos também o Dia das Crianças, momento em que devemos olhar com carinho para todas as crianças para que elas possam construir um futuro melhor para o nosso país. Que possamos viver o que Jesus disse: “Deixai as crianças vir a mim pois o Reino de Deus pertence aos que são como elas” (Mt 19,14).
Sendo assim, a doçura de viver e a esperança de um futuro melhor, em que tudo pode acontecer, é a infância, a mais bela das fases da vida. Para celebrar esse momento tão especial foi decretado, em 1924, o Dia da Criança, comemorado em 12 de outubro, junto ao Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.
Essa data tão esperada pelos pequenos é também momento de reflexão, é momento de se fazer presente. Mais do que dar presentes, é pensar como podemos assegurar os direitos das nossas crianças e garantir que elas tenham vida plena para que possam se desenvolver integralmente e, juntas, construir um mundo melhor.
Além do dia 12 de outubro, precisamos repensar em como incluir o cuidado e atenção na vida de nossas crianças diariamente. A criança tem a necessidade de que seus pais procurem tirar um tempo do seu dia para se dedicar a elas, seja brincando ou até mesmo contando uma história. Tudo o que elas aprendem no convívio familiar, elas vão levar para a vida adulta.
Neste sentido, foi fundada a Pastoral da Criança, em 1983, organismo de ação social da CNBB que alicerça sua atuação na organização da comunidade e na capacitação de líderes voluntários que ali vivem e assumem a tarefa de orientar e acompanhar as famílias vizinhas em ações básicas de saúde, educação, nutrição e cidadania, tendo como objetivo o “desenvolvimento integral das crianças, promovendo, em função delas, também suas famílias e comunidades, sem distinção de raça, cor, profissão, nacionalidade, sexo, credo religioso ou político” (Artigo 2º do Estatuto).
A fundação da Pastoral da Criança
Ela foi fundada pela Dra. Zilda Arns Neumann, médica sanitarista e pediatra e pelo então Arcebispo de Londrina, hoje cardeal emérito, Dom Geraldo Majella Agnelo. A Pastoral da Criança está presente em todos os estados brasileiros e em outros 10 países da África, Ásia, América Latina e Caribe.
Realizamos capacitações para as pessoas que querem ser líderes da pastoral da criança. Estas pessoas das comunidades vão acompanhar as gestantes e crianças até 6 anos de idade.
Acompanhando as gestantes
Todas as pessoas têm direito a viver com dignidade. Esse direito se inicia na concepção de uma nova vida. Portanto, a Pastoral da Criança começa suas atividades com as gestantes, que precisam ser acompanhadas desde o início da gravidez.
Acompanhando as crianças menores de 6 anos
Os líderes são preparados para orientar as mães, pais e familiares a acompanhar e cuidar do desenvolvimento da criança em cada etapa da vida. Orientam sobre os direitos, o desenvolvimento e aprendizagem da criança, os sinais de risco para a saúde e dão informações para a prevenção e tratamento da diarreia e de infecções respiratórias. Realizam também avaliação nutricional, orientação sobre higiene, saúde bucal e imunização.
Prefiro olhar o lado positivo das coisas! Assim nos fala Dra. Zilda Arns Neumann.
Uma mulher de coragem! Viveu para defender e promover as crianças, gestantes e idosos, construir uma sociedade mais justa, fraterna, com menos doenças e sofrimento humano.
Morreu dia 12 de janeiro de 2010 no terremoto que devastou o Haiti. Neste mesmo dia discursou sobre como salvar vidas com medidas simples, educativas e preventivas. Fez o que sempre falou: congregar mais pessoas para se unirem na busca de “vida em abundância” para crianças e gestantes pobres.
A pastoral da Criança entrou novamente em minha vida.
Em Novembro de 2020 recebi o chamado de ser Coordenadora Estadual da Pastoral da Criança em Goiás e respondi com meu SIM. Eu acompanho as líderes da Pastoral da Criança em 11 Dioceses no Estado de Goiás. Neste tempo da pandemia da Covid-19, eu realizo muitos encontros online para conhecer os líderes, para oferecer formação e gerar mais conexão e pertença aos membros da Pastoral da Criança.
Por causa das restrições sociais não é fácil ir ao encontro das famílias mais vulneráveis. Muitos líderes foram vítima da covid-19 e o medo de ser infectada é grande. Ser uma Pastoral em saída é um grande desafio. Na pastoral da criança também realizamos alguns projetos junto com algumas instituições como OVG – (Organização das Voluntárias de Goiás), Mesa Brasil (Rede de banco de alimentos), promovemos iniciativas comunitárias como Hortas Comunitárias, Hortas Medicinais – que estão sendo criadas em um pequeno terreno, num espaço das Comunidades Eclesiais de Base.
Onde há terra, pode se plantar, cuidar e colher verduras, legumes, hortaliças, plantas medicinais. Esse trabalho comunitário oferece um aprendizado que fortalece o conhecimento, a auto estima, a corresponsabilidade e o respeito mútuo das pessoas. É um processo de gerar vida, fraternidade e cidadania entre as pessoas afetadas pela injustiça e desigualdade estrutural em nosso pais.
A comunidade que planta, cuida e está em conexa com a terra e a Casa Comum. Esse trabalha traz uma grande alegria às mulheres e mães que estão em casa neste tempo pandêmico. Como Missionária de Cristo estou muito feliz em poder promover a vida através do meu serviço aos mais vulneráveis.
Agradeço a confiança da minha Comunidade que me enviou para esta missão. Me sinto bem acolhida em todos os espaços que encontro no Estado de Goiás, nas dioceses, junto aos Bispos e Coordenadores Diocesanos.
Pedimos a Deus que abençoe todas as crianças e que realizemos o grande desejo de Jesus para que elas tenham vida e vida em abundância (Jo 10,10)
Dra. Zilda “As crianças são prioridade absoluta, como garante o Estatuto da Criança e do Adolescente, e merecem carinho, atenção e respeito”.
Papa Francisco
“Crianças e anciãos constroem o futuro dos povos; as crianças porque levarão adiante
história, os anciãos porque transmitem a experiência e a sabedoria de suas vidas”.
Goiânia, 05 de setembro de 2021
Ir. Ana Soares Pinto