IRMÃ KÁTIA EM MISSÃO NO VALE DO JEQUITINHONHA, 2021 – “Não podemos deixar de afirmar sobre o que vimos e ouvimos”

O mês de outubro, mês missionário, nos fez refletir sobre o tema: “Não podemos deixar de afirmar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,6). Assim, o Papa inicia sua reflexão para o Dia Mundial das Missões:

“Quando experimentamos a força do amor de Deus, quando reconhecemos sua presença de Pai na vida pessoal e comunitária, não podemos deixar de anunciar e partilhar o que vimos e ouvimos.”

Foi nesse sentido que a paróquia São José de Fronteira dos Vales em Minas Gerais acolheu a Décima Vivência Missionária. Ainda com todo cuidado devido a pandemia, os moradores locais, e outros vindos da Diocese de Mariana, se reuniram nos dias 30 e 31 de outubro para refletir o tema: “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos”.

E aqui sublinhamos o “falar” sobre a falta de políticas públicas na região do Vale do Jequitinhonha; falta de assistência à saúde a população, educação que garantida para os jovens do campo e das cidades pequenas. Falar também sobre meio ambiente, agricultura familiar, alimentação orgânica e preservação das águas.

“Como é possível a poluição do rio que circunda a cidade se tem uma estação de tratamento de esgoto que foi construída e nunca foi ativada. Por que não concluíram esse trabalho?” destaca Pe. Claret. “E tantas outras como essa em outras cidades de MG. Como não podemos falar sobre isso? “

Nestes dois dias ressaltamos alguns momentos que aconteceram:

  • A preparação que antecedeu a Vivência Missionária durante a semana, onde os paroquianos se reuniram por setores para celebrar a missa e a novena, refletindo com a cartilha do mês missionário;
  • acolhida dos missionários que se hospedaram nas famílias;
  • A preparação da caminhada;
  • O encontro com missionários e paroquianos que vieram de fora;
  • A noite cultural na praça da cidade trazendo a cultura local com sua diversidade de poesia, música e danças com apresentação de reisado, congadas.

Na manhã de domingo (30/10), a caminhada se iniciou na praça das nações em frente a matriz com um ritual de abertura, trazendo os quatro elementos: ar, terra, água e fogo. Todos rezaram juntos e Ir. Kátia Andrade conduziu-os para que todos tivessem experiências através do próprio corpo como parte desse universo criado por Deus. O intuito foi chamar a atenção para vivamos integrados (nosso corpo + nossa casa comum + nossa mãe terra).

E assim seguiu a caminhada parando na praça do mercado. Lá, vimos e falamos sobre a sustentabilidade a partir da produção de alimentos orgânico e de qualidade pelos próprios moradores. Depois, continuamos até o “casarão”, casa histórica dos Vicentinos, onde refletimos sobre a diversidade cultural, os povos da terra e as comunidades quilombolas.

Caminhando mais um pouco chegamos na cachoeira do córrego novo, assim chamado pelos moradores, onde foi celebrada a missa selando um compromisso com tudo isso que foi partilhado durante a vivência. Por fim, não podia deixar de faltar a tradicional lavação de roupa pelas mulheres da cidade e o gostoso café partilhado para todos.

Muitas experiências bonitas se passaram nestes dias. Volto com um coração aquecido e cheio de desejos de viver a cultura do amor, do afeto, do acolhimento e da esperança que vive nosso povo do Vale do Jequitinhonha.

 

Irmã Kátia Cilene de Andrade